Foto: Protásio de Morais. |
Os pequenos retábulos foram retirados dos altares da antiga Catedral de Cuiabá, Igreja do Rosário e também são fruto de doações. Além da exposição, o museu realiza oficinas de confecção de oratórios
Da Assessoria
Dez oratórios integram a mostra especial a partir desta sexta-feira (30), às 9 horas, no Museu de Arte Sacra. Dentre as peças expostas até o dia 5 de março, figuram obras que pertenciam à antiga Catedral do Senhor Bom Jesus de Cuiabá, demolida em 1968. Outras peças vieram da Igreja do Rosário e Capela de São Benedito, além de algumas doações.
Os pequenos retábulos de uso particular são permeados por características diversas quanto à pintura, formato, detalhe de talha e até mesmo quanto aos objetos sobrepostos internamente, a exemplo das imagens e crucifixos. Originárias dos séculos 18, 19 e 20, são entalhados ou envidraçados e lembram os altares reservados para os relicários.
Entre os destaques, um oratório da Antiga Catedral, do século 20, em madeira recortada, entalhada nas colunas e vidro de cristal. De acordo com a gestora do Museu de Arte Sacra de Mato Grosso, Tulasi Santos, as peças primam pela beleza e riqueza de detalhes.
“Além de estarem intrinsecamente ligados à religiosidade, há uma atmosfera espiritual de consagração das imagens, eles chamam a atenção pela enorme beleza. A apreciação dessas obras nos leva a tempos remotos e são um ótimo instrumento para uma incursão rumo à história da arte”, revela Tulasi. O “Oratório de Salão”, a exemplo, mede 1,59 cm de altura tem formato retangular, em que a parte superior possui entalhe simples e com uma cruz romana, seu interior é revestido com papel policromado.
Tulasi destaca que durante o mesmo período da exposição será oferta à oficina – “A ARTE DE FAZER ORATÓRIOS”, em que o visitante do Museu poderá confeccionar seu próprio Oratório, com materiais reciclados. Essa oficina será realizada no Museu de Arte Sacra de Mato Grosso nos dias 14, 21 e 28 de Fevereiro (sábado), às 14h. Para participar, o interessado deve fazer a inscrição. Vale ressaltar, o Museu de Arte Sacra de Mato Grosso é administrado via contrato de gestão com a Secretaria de Estado de Cultura, Esporte e Lazer, por meio da Associação Casa de Guimarães.
IMPORTANTE:
Para que seja efetivada a inscrição na Oficina "A Arte de Fazer Oratórios" os interessados deverão preencher a ficha de inscrição no link: INSCRIÇÃO.
Obs.: Trazer materiais reciclaveis para confeccionar o Oratório (Ex.: Caixas de leite; sapato; garrafas PET; latinhas e outros.)
Para que seja efetivada a inscrição na Oficina "A Arte de Fazer Oratórios" os interessados deverão preencher a ficha de inscrição no link: INSCRIÇÃO.
Obs.: Trazer materiais reciclaveis para confeccionar o Oratório (Ex.: Caixas de leite; sapato; garrafas PET; latinhas e outros.)
SERVIÇO
Exposição Oratórios
Período: 30 de janeiro a 05 de março de 2015
Horário: Terça-feira a domingo, das 09 às 17 horas
Praça do Seminário, Ao lado da Igreja Bom Despacho
Tel.: 3056-6285
E-mail: museuartesacramt@gmail.com
Saiba mais sobre os oratórios
Originária do verbo “orar” em latim, que significa "falar, dizer, pronunciar, prece e discurso" a palavra “Oratório” possui sentidos amplos: como o devocional doméstico, evocativo de oração, gênero musical e até mesmo um estilo arquitetônico que designa local de reclusão.
Cada religião tem seu histórico próprio para os oratórios. A arte Cristã desenvolveu-se nas catacumbas romanas, onde era colocado um candelabro e pintado o símbolo cristão. Desde então, já faziam parte do comércio, entre, pequenas pinturas e imitações portáteis.
Na Idade Média, os oratórios eram fechados, as pinturas acinzentadas evocavam anjos que guardavam as portas e quando abertas revelavam a imagem evocada e a parte superior era ricamente ornada com pequenas esculturas. Havia também os portáteis que eram carregados pelos cruzados até Jerusalém para livra-los da morte.
Os oratórios como elementos arquitetônicos religiosos são espaços devocionais fixos ou móveis, tanto domésticos como conventuais. Os oratórios ficam no lar ou podem ser trasladados para outros lugares, esses disseminados pelos bandeirantes, devido à escassez de Padres durante as expedições ao interior do Brasil. Ao longo das Vilas fundadas, ficavam as imagens carregadas nos Oratórios, que serviam para as celebrações, ao longo dos anos com o crescimento dessas vilas, houve a necessidade de aumentar os locais de celebração, assim construindo capelas ou grandes Igrejas. Os fixos eram incorporados às grossas paredes de Taipa de Pilão das “Casas Grandes” em fazendas. O doméstico tornou-se tradição nas regiões de mineração e as religiosas femininas criavam seus oratórios conventuais, confeccionados em pequenas caixas ornadas com estampas de santos.
No Brasil a tradição dos oratórios chega com os portugueses e sofrem diversas adaptações de acordo com a vida local, ficaram presentes nas fazendas, senzalas e sobrados urbanos. Nas casas coloniais eles acabam por substituírem as capelas, e são introduzidos nas residências, colocados nas paredes ou sobre móveis para uso individual. Locais onde havia lacunas religiosas a população substituía e preenchia com os oratórios domésticos. A disposição e o acréscimo das imagens nos oratórios evidenciam a religiosidade, com a função de substituir o local sagrado público pelo privado do lar, devido à impossibilidade da prática religiosa social. Entre outras questões de impossibilidades como a distância das fazendas até as cidades, inexistência de Igrejas e enfermidades.
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